Setor Aquaviário Inicia Desenvolvimento do Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) no Brasil

Por: TECNOAMBI - 11 de Fevereiro de 2025
O setor aquaviário brasileiro está avançando na implementação de um Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) para monitorar e reduzir as emissões provenientes do transporte marítimo e fluvial. A iniciativa busca quantificar as emissões de dióxido de carbono (CO₂), óxidos de nitrogênio (NOₓ) e enxofre (SOₓ), além de outros poluentes gerados por embarcações e operações portuárias.
A navegação e o transporte de cargas pelo modal aquaviário desempenham um papel fundamental na economia do país, sendo responsáveis por uma parcela significativa da movimentação de mercadorias. No entanto, o setor enfrenta desafios ambientais, especialmente no que se refere ao consumo de combustíveis fósseis e à poluição dos ecossistemas aquáticos.
O inventário será desenvolvido seguindo metodologias reconhecidas internacionalmente, como o GHG Protocol e as diretrizes da Organização Marítima Internacional (IMO). As emissões serão classificadas em três escopos:
- Escopo 1: Emissões diretas das embarcações, como a queima de óleo combustível nos motores.
- Escopo 2: Emissões indiretas relacionadas ao consumo de eletricidade em terminais portuários e operações de suporte.
- Escopo 3: Outras emissões indiretas associadas à cadeia logística, como transporte terrestre de cargas para os portos.
De acordo com especialistas, a implementação do inventário será essencial para estabelecer metas de descarbonização e permitir a adoção de tecnologias mais limpas, como o uso de combustíveis alternativos (GNL, hidrogênio verde e biocombustíveis), eletrificação de operações portuárias e otimização de rotas marítimas.
Além do impacto ambiental, a iniciativa pode impulsionar a competitividade do setor, já que mercados internacionais exigem cada vez mais certificações ambientais e práticas sustentáveis na cadeia de suprimentos. O Brasil segue a tendência de outros países que já adotaram medidas para a redução das emissões no setor aquaviário, alinhando-se às regulamentações globais de combate às mudanças climáticas.
A expectativa é que o inventário sirva como base para futuras políticas públicas e incentivos à transição energética no setor, garantindo um transporte marítimo mais sustentável e eficiente.