Brasil enfrenta desafios na redução de gases do efeito estufa em 2024, apesar de iniciativas para descarbonização
Por: TECNOAMBI - 01 de Novembro de 2024
Em 2024, o Brasil continua em uma luta complexa contra o aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE), com destaque para o impacto de atividades como desmatamento e agropecuária. Dados do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), uma iniciativa do Observatório do Clima, apontam que setores como o de mudança no uso da terra e o setor energético são responsáveis pela maior parte das emissões nacionais de CO₂, CH₄ e N₂O, que têm potencial de aquecimento climático severo.
O governo brasileiro tem apostado em políticas como o programa RenovaBio para promover biocombustíveis, estabelecendo uma meta de 38,78 milhões de Créditos de Descarbonização (CBIOs) para distribuidores de combustíveis fósseis neste ano. Essa meta é um passo em direção à meta de neutralidade de carbono até 2050, compromisso assumido no Acordo de Paris.
Além disso, o SEEG facilita o acompanhamento de dados em tempo real, promovendo transparência e permitindo análises detalhadas sobre as emissões por setor, região e gás específico. O Observatório do Clima destaca ainda a necessidade urgente de políticas mais rígidas contra o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, regiões que continuam com altas taxas de degradação ambiental.
Para diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil, há diversas estratégias que o país pode adotar, considerando suas particularidades econômicas e ambientais. Aqui estão algumas formas efetivas:
1. Redução do Desmatamento e Proteção das Florestas
- A preservação da Amazônia e outros biomas é crucial, pois o desmatamento é uma das maiores fontes de emissões de CO₂ no Brasil. Medidas incluem o fortalecimento de políticas de proteção ambiental, aumento da fiscalização contra o desmatamento ilegal e incentivos para que proprietários de terras mantenham a vegetação nativa.
- Implementar programas de restauração florestal e de reflorestamento em áreas degradadas ajuda a capturar carbono, contribuindo para reduzir as emissões líquidas.
2. Incentivo a Energias Renováveis
- O Brasil já possui uma matriz energética relativamente limpa, mas há potencial para expandir o uso de energias renováveis, como solar e eólica, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis, principalmente no setor de transporte e indústria.
- Políticas que incentivam a instalação de painéis solares e parques eólicos, além do uso de bioenergia, podem colaborar significativamente para a redução das emissões no setor energético.
3. Expansão de Biocombustíveis e do Programa RenovaBio
- O programa RenovaBio promove o uso de biocombustíveis como etanol e biodiesel. Com metas estabelecidas em Créditos de Descarbonização (CBIOs), ele incentiva uma economia de baixo carbono, recompensando empresas que adotam práticas mais sustentáveis no uso de combustíveis.
4. Agricultura Sustentável
- Técnicas de agricultura regenerativa e de baixo carbono, como o plantio direto, a rotação de culturas e o uso controlado de fertilizantes, ajudam a reduzir a emissão de metano e óxido nitroso, gases comuns no setor agrícola.
- Práticas como a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) promovem um uso mais eficiente da terra e reduzem a emissão de metano na pecuária.
5. Gestão de Resíduos e Reciclagem
- Melhorar a gestão de resíduos sólidos, incluindo a implementação de sistemas de coleta seletiva e reciclagem, e incentivar o uso de aterros sanitários com sistemas de captura de metano podem reduzir as emissões de GEE no setor de resíduos.
- Iniciativas para reduzir o desperdício de alimentos, como campanhas de conscientização e doação de excedentes, também contribuem para diminuir as emissões.
6. Transporte Sustentável
- Investimentos em infraestrutura para o transporte público, ciclovias e políticas que incentivem o uso de veículos elétricos ou híbridos são estratégias eficazes para reduzir as emissões no setor de transporte.
- A adoção de biocombustíveis em frotas de ônibus urbanos e programas de incentivo para a mobilidade elétrica também são medidas importantes.
Essas abordagens combinadas contribuem para uma trajetória de baixo carbono, fundamental para que o Brasil atinja suas metas de neutralidade de carbono até 2050, conforme acordado no Acordo de Paris.